sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

E o Natal será feliz?

Apesar de seu pai não estar mais conosco materialmente, meu sobrinho querido, a manutenção da felicidade e do amor é uma tarefa que deveremos empreender. Andei meio depressivo esses tempos: um tremor insuportável no olho direito, insônia, angústia, vazio... Quando me dei conta, vi que tudo era por causa da "P. do Natal", como seu pai sempre disse, que estava se aproximando...

Aí encarei minha recaída, tomei um bom banho de sal grosso, bati tambor, fiz uma fogueira e me entendi com uns ramos de aroeira. Nem precisei de Prozac!!! E mais forte veio a convicção de que o amor tudo pode. 

Lembrei-me de como Dida via (ou vê) o Natal; da tendência formidável de dessacralizar o momento, de esculhambar o protocolo, de sair anunciando "É vem o menino!" quando tia Nice ia, ritualisticamente, colocar a estátua do Menino Jesus na manjedoura do tradicionalíssímo Presépio familiar; da mania infame dele de revelar todos os amigos ocultos que chegavam ao seu conhecimento; dos presentes inusitados que ele dava...

Lembrei-me de tudo isso e o senti tão presente, tão risonho, tão lindo, tão irreverente, tão pleno que enchia todos os lugares onde estava...

Aí eu ri muito, meu rei, gargalhei gostosamente, como sempre fiz e o senti bem perto, me abraçando e me dizendo "Te amo, Titom!"

Eu dei um tempo com o blog. Além de nunca mais terem me mandado histórias, decidi dar uma parada a fim de que seu pai pudesse alçar vôos mais altos, pois eu sentia que a constância das postagens o estava impedindo de realizá-lo. Agora estou mais inteiro e sei que ele está mais feliz com a partida.

Em memória do meu irmão, seu pai, volto a postar. Façamos um Natal Feliz, por nós e por ele.