quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A Conclusão

Enzo, meu Príncipe, depois de um tempão sem postar nada por aqui, recebi uma surpresa de seu pai que marca o término desta etapa, deste presente. Amo você.

A CONCLUSÃO

Mensagem de Daniel, canalizada em 19/08/2013 por Antonio Aruanda, início: 11h11. Término: 11h40.

O que Tony e Mile começaram, agora eu venho concluir. Agradeço aos meus irmãos pela iniciativa do blog O PRESENTE DE ENZO e com a aproximação da data do meu aniversário, me sinto à vontade para fechar mais esse episódio de nossas vidas.

Quero dizer aos meus amigos e parentes que estou muito bem e muito feliz onde estou. Tenho trabalhado muito. Tenho estudado bastante e analisado muitas coisas que fiz e muitas escolhas que fiz. Não apago nada, mas com certeza tratarei de não repetir alguns erros dos quais não preciso mais para aprender.

Muitos ainda guardam de mim a imagem do malandro, do farrista, do curtidor e isso é apenas uma faceta da minha real integridade. Hoje estou um pouco mudado. Eliminei os excessos e isso faz de mim um ser melhor. Tenho consertado algumas peças que quebrei e isso está me fazendo bem. Podem se lembrar de mim como um dia eu fui, mas não cristalizem apenas essa imagem, porque tudo é dinâmico, tudo muda, tudo evolui.

Enzo, meu filho, você não poderia ter escolhido melhor mãe do que Tais e melhores pais do que eu e Edu. Taís, você não poderia ter escolhido melhor companheiro do que meu irmão Edu e melhor filho do que Enzo. Edu, você não poderia ter escolhido melhor mulher e filho do que Tais e Enzo. Aliás, nós três não poderíamos ter escolhido melhor filho do que ele.

Ainda que algumas pessoas condenem a forma como tudo aconteceu, saibam que tudo está dentro do contrato e foi plenamente aprovado por todos nós. Aqui onde estou a Lei é outra e importa o Amor, não os preconceitos e as convenções daí.

Pai, Mãe, a tristeza de vocês me prejudica. Não é bom ser tratado como defunto, pois eu estou vivo. Entendam que eu continuo existindo e minha partida deve ser encarada com alegria e não com o peso que vocês colocam. Digo uma coisa para vocês, poderia ter sido pior e por causa do meu merecimento, não foi. Então tratem de se alegrar porque o que pereceu de mim foi apenas a casca velha e doente.

Aqui onde estou a gente aprende a considerar todos como nossos irmãos. Não inibam Enzo quando ele chamar Edu de PAI. Nós decidimos assim, eu, ele Taís e Edu muito antes de tomarmos os corpos que tomamos na última encarnação. Ainda que eu seja o pai biológico de Enzo, nada invalida o fato de Edu ser o PAI que vai criá-lo, formá-lo e educá-lo.

Cunhada, a você eu só tenho a agradecer por tudo que tem feito por mim, por meu irmão que amo e pela minha família. Não ligue se não te entendem. Eu não entendia muitas coisas em você e só depois que mudei de andar é que a maioria delas passou a fazer sentido. Amo você e para sempre te amarei.

Jamile, amo você, irmã. Continue se aprimorando espiritualmente por você e pela sua família. Não se canse de querer aprender e de querer mudar o que pode ainda ser mudado. Não quero te ver triste. Trate de ser feliz.

Malu, tenho acompanhado suas vitórias e conquistas e torço por você a todo instante. Você precisa curar muitas coisas do seu passado para ser uma mulher mais feliz. Te amo demais e tô contigo para o que der e vier.

Aos meus amigos e parceiros de trabalho o meu carinho, amor e saudade. Velho Bruno, Tinho Neto, Leleu, Nanato, Gordo, Jorginho, Juliana, Scheila, Vixe! É gente demais. Os que não mencionei aqui não se sintam rejeitados. Saibam que estão em meu coração, especialmente minha querida Suka.

Tio Déo, quando fizer festa, não chore como se eu não estivesse presente. De alguma forma, eu sempre vou estar. Te amo, Preto.

Com isso, dou por concluído O PRESENTE DE ENZO. Quando tiverem condições, publiquem em livro minhas memórias e aprontes. Sendo o cara que eu fui, sei que jamais serei esquecido nem esquecerei vocês, mas como sempre, tudo permanecerá mudando e daqui a algum tempo farei uma nova história tendo outro corpo e outro nome.

Até um dia, Enzo, meu Irmão. Até um dia, Irmãozinhos.

Luiz Daniel,

19/08/2013.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Fuck you!

Enzo, meu Príncipe, lembrei de um episódio massa que vivi com seu pai: Dida tinha sete anos e sempre foi um exímio apreciador e praticante do baixo calão. Noutras palavras, palavrões, xingamentos, expressões chulas... Eu também sempre admirei essa maneira gostosa de expressão. Quando estudei Letras, me engajei na corrente de cientistas da linguagem que não ficam presos à norma, mas estudam, pesquisam e aceitam as mais variadas formas de expressão da língua. Ratifico o valor da norma como forma de coesão e unidade linguística nacional, mas convenhamos, que seria de um idioma se houvesse apenas o dito bom tom e bom gosto?

Quando Dida tinha sete anos, além do baixo calão em português, começou a se interessar por ele em inglês e eu, claro, passei a instruí-lo nessa experiência linguística. "Tom, como se diz merda?" Ele me perguntou e eu disse: "Shit!". " Ele anotou o que soletrei e a pronúncia. "E pau, como se fala?" Eu falei: "Dick". E o danado ia catalogando. "Buceta..." Ele adorava falar isso e sempre ria matreiro quando pronunciava essas silabas mágicas. "Purse", eu a responder... "E Vá se foder, tio Tom?" Eu prontamente traduzi: "Fuck you!". Tudo anotado e os dias se passaram.

Certa vez íamos pela Ponte da Conceição, em Nazaré, quando uma senhora chata que adorava fofocar, inclusive sobre nossa família, passou por nós é disse: "Como é lindo ver dois irmãos tão unidos! Que Deus conserve". Eu sorri medindo a mulher de cima a baixo e seu pai, com aquela cara lavada falou para ela: Fuck you! Olhou para mim e sorriu. Fiquei sem arte. A fofoqueira perguntou sem graça: "Foca? Tá me chamando de foca, meu filho?" Ao que seu pai repetiu deliciosamente Fuck you! Tenso, eu o repreendi: "Dan, pare com isso!" Ele me olhou com ar de apronte e retrucou: "Paro não. Ela nem sabe o que isso..." Encarou a criatura e disparou: Fuck you! Fuck you! Suck my dick! Purse! Purse! Shit! Shit! Go to hell!

Tentando conter o riso, falei para ela que ele estava aprendendo inglês, estava praticando e era muito inteligente. Ela sorriu, elogiou-o hipocritamente e se foi. Eu e Dida seguimos adiante sem nos olharmos. Quando porém nossos olhos se encontraram, explodimos numa gargalhada estrondorosa que abalou a estrutura da ponte. "Aprendeu direitinho, hein, rei?" Comentei. "Fuck you too!" Foi a resposta dele.

Sem sombra de dúvidas, meu irmão é um dos caras mais fantásticos que tive a honra de conhecer e conviver. Viva Daniel!

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Da Força das Tempestades

Meu amado Enzo, desde criança sou louco por ventanias, chuvas, tempestades, relâmpagos, trovoadas e trovões. Quando comecei a praticar o ocultismo e aprendi que os temporais são importantes instrumentos de energização e transcendência, levei a loucura a sério e passei a me expor a todos que pudesse, a fim de buscar esse estado. É claro que apesar de não ser muito certo da cabeça, eu sempre soube que estava sujeito a dois destinos: ou sairia do contato com essa manifestação da natureza totalmente energizado ou seria fulminado por um raio - o que constituiria o extremo transcendental - ou ainda ambos.

Sua avó Marinice ficava doida com meus feitiços, experiências e encantarias e por mais que tentasse me reprimir com dogmas católicos, era só virar as costas e eu estava aprontando - para minha alegria.

Seu pai sempre se ligou em minhas ondas e curtia me acompanhar na maioria delas. Ensinei Dida também a amar as tempestades e sempre que elas rolavam lá em Nazaré, (ainda vivíamos lá) íamos para o Morro da AMORC (Antiga e Mística Ordem Rosa Cruz), quando era um lugar mágico, e ficávamos nus, tomando banho de chuva, curtindo cada trovão, maravilhando-nos com cada relâmpago e raios, e festejando em alto e bom tom o milagre da vida.

Hoje, dia 06/11/2012, depois de tanto tempo sem fazer isso, pela própria demanda da vida e por não ter mais meu Parceiro encarnado, fi-lo novamente e foi sensacional! A tempestade foi se formando desde as primeiras horas da manhã. Depois das 18h00, as nuvens estavam demasiadamente carregadas, o calor era insuportável, sentia um peso estranho na cabeça, no tórax e no abdome, e velho conhecedor desses fenômenos, sabia o que estava por vir.

Os primeiros relâmpagos e trovões abriram o espetáculo e aí, como diz seu avô Curió, "O couro comeu". Chuva forte, trovoadas que pareciam querer levar o teto da casa, raios e trovões iluminando a noite e meu impeto para sair, crescendo. Sua tia Ci também curte os temporais e compreende meus processos. Eu disse para ela: "Vou para a tempestade". Ao que me olhou, sorriu e disse: "Não fique próximo às árvores" - Porque elas atraem os raios.

Vesti a sunga e sai para a noite. Fui para o descampado e pude sentir mais uma vez a chuva forte a massagear minha pele, a banhar meus cabelos e aliviar a sensação de peso que estava comigo antes. E como antes, despi-me, permanecendo totalmente exposto e entregue à ação das trovoadas e das descargas elétricas que encheram o céu de luz e cor. Nessa hora, a luz elétrica se foi e experimentei novamente aquela sensação inigualável de poder e transcendência. Também me lembrei das tantas vezes que fiz isso tendo seu pai como cúmplice, e ao invés de me sentir triste, fui tomado por uma estrondorosa alegria, porque naquele momento o percebi novamente ao meu lado, gargalhando comigo, celebrando o milagre da vida.

Quedei-me um tempo vivenciando aquela magia e ratificando que ele está mais vivo que nunca e que não tenho por que me sentir só. Não sei quanto tempo durou a viagem; sei que foi uma doce eternidade, porque foi intensa e profunda. O espetáculo foi chegando ao fim, a luz elétrica voltou, vesti a sunga e regressei ao meu lar, para os braços da sua tia, pleno de mim mesmo, do amor que me une a seu pai e da força da tempestade.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

O Herege Bendito


Enzo, meu sobrinho querido, cá estou eu” depois de um longo e tenebroso inverno” a postar novamente sobre o seu amado pai, meu amado irmão – graças a Deus e a mais um surto inspirativo que me invade após uma fase de seca criativa. Oba! Quando esse fenômeno acontece a um ser estranho como eu, há o lado bacana de produzir a mil por hora; como também há o sombrio de varar madrugadas em total excitação e num ritmo desgovernado. Que mal há nisso? É que não posso, ainda, me dar ao luxo de dormir até o meio-dia e tenho de estar de pé às 7h00 para cuidar de mim, da minha amada, dos meus gatos, do meu lar e dos meus afazeres como administrador, terapeuta e o que ocorrer. Deixemos porém de trololó e vamos ao ponto.

Quero falar sobre a deliciosa postura herege de seu pai e da seriedade que é o lance de energia. Sua mãe e a minha, mulheres que amo e admiro, em função de haver se completado um ano que seu pai deu o zig, resolveram, em dias e locais distintos, marcar uma missa em memória dele: Seu pai, quando criança, até curtiu esse negócio de igreja; mas quando se tornou e se assumiu como livre pensador, me saiu um dos iconoclastas mais fantásticos que conheci, chegando até a me superar em algumas questões – que obviamente não comentarei aqui devido ao sigilo que eu e ele juramos a nós mesmos e ao Deus que desnecessita de templos.

Pois é, quando eu soube da missa que ocorreria em 22/05/2012, marcada por Taís, em Salvador, me animei todo para ir - não pelo ritual catoláico em si, mas pela oportunidade de estar mais uma vez junto com sua mãe, contigo, com minha irmã, com suas primas, como nossos amigos e demais parentes num momento harmônico de oração pelo velho Dida. – Só que ou por conhecer bem meu broder, ou por sacar que ele estava pouco se lixando para algo desse tipo, pensei: Será que Dida vai gostar disso? Ele que literalmente esculhambava os abusos e sandices da Santa Madre?

Resolvi parar de pensar e pus-me a programar minha ida. Aí tudo começou a virar: a frente fria trouxe chuvas constantes para Soterópolis e litoral baiano. Como moro no meio do mato (ou me escondo) fiquei ilhado porque surgiram crateras enormes na estrada de chão. Salvador ficou debaixo d’ água, os ônibus entraram em greve, a Avenida Paralela travou, pouquíssimas pessoas conseguiram chegar a tempo para a celebração e a vida seguiu seu curso.

Falando com sua avó Marinice no dia 24/05/2012, pela manhã, soube que ela havia marcado outra missa, para este mesmo dia, às 12h00, em Nazaré. Internamente questionei-me: Pra que isso? Dida não curte missa. Mas decidi me silenciar e respeitar a viagem. Só que um furo maior ainda aconteceu: na noite do mesmo dia, liguei para aquela que me pariu a fim de saber como tinha sido a missa e tal, e qual não foi minha surpresa quando ela me disse que encontrou alguns familiares e pessoas amigas na igreja, todavia o padre não apareceu. Oh! Como não?! O vigário se esqueceu do compromisso e se picou para Amargosa, deixando os fieis a verem navios...

Diante desses dois acontecimentos visivelmente avacalhados, concluo, na minha forma louca de ler os sinais que me norteiam, que seu pai deve ter dado gargalhadas gostosas ao ver que as coisas fugiram do controle e dos planos. Dida não curte missa. Dida não curte igreja e isso não o faz menos espiritualizado do que ele é e do que ele vai se tornar ainda mais. E quando digo isso, não é por pura suposição – é porque sei mesmo e tenho acesso. Se o amamos, não precisamos de templos ou rituais mecânicos para expressarmos esse amor. O amor é um exercício diário. No café da manhã, no trabalho, no estudo, no almoço, no descanso, na curtição, no estresse, no caminhar, no dirigir, no viajar, na arte de parar, na janta e antes de dormir, todo tempo é tempo de amar. Todo lugar é sagrado quando vibramos nele, o amor. Todo tempo é tempo de pensar nele e em todos que estão aqui e lá. Todo tempo é tempo de enviarmos nosso amor, nosso carinho, nossa saudade e nossa alegria. Meu Bendito Herege, graças ao Bom Deus, está cada vez mais vivo. Tratemos de nos alegrar e de nos unir cada vez mais. Vamos nos abraçar e celebrar a vida, e receber quem está chegando e agregar sonhos, esperanças, experiências e divertimentos.

Qualquer dia também iremos. Qualquer dia, em toda parte, também estaremos.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Amor Infinito

Menino Enzo, veja que texto lindo sua prima Malu escreveu ontem...




É, amanhã faz um ano que eu te perdi, e daí pra frente minha vida não foi mais a mesma, meus dias não eram tão engraçados, e ver o jogos do Bahia nem tão emocionantes.

E hoje a saudade bateu mais forte do que nunca, e não deu para segurar.

Você me levava nos estádios, me botava no pescoço e saia pulando quando o Bahia ganhava, me levava pra passar as férias com você, a gente brincava, um perturbava o outro, e mesmo com tanto trabalho você não deixava de estar sempre comigo.

Há um ano você ficou doente, e eu ia para o hospital rezando por sua melhora, e assim se passaram dias, e eu sempre acreditando que você ia voltar, pra continuar me animando, me perturbando, mas não, eu demorei pra me conformar, mas é como dizem, Deus sabe o que faz! Você era um PAI pra mim, e hoje onde quer que esteja saiba que eu te amo, eu vou sempre te amar.

Malu Santos.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Declaração de Amor de "Tia Bile"


Enzo, meu Guerreiro Menino, olha só que declaração sua Tia Bile fez para você...

Meu querido sobrinho, Enzo, esse texto eu dedico a você.

Esse final de semana sua mãe permitiu que você viesse passar o final de semana comigo e pude te conhecer melhor, ver como você é forte, retado, decidido... E tão parecido com seu pai.

Vi você dormir e pedir a Deus, que através do seu anjo de guarda  te protegesse a cada minuto, não deixasse você sofrer e estivesse ao seu lado a cada centímetro que você crescesse...

Vi você paradinho, ouvindo Tio Beto tocar piano e pude notar como você é sensível, como se dá bem com a música...

 Acordei de madrugada para te cobrir e pude ver como você esta grande...

Vi seu jeitão de homem, mesmo tão pequeno, tão criança...

Te vi entre minhas filhas e sentir a alegria delas ao te ter por perto.

Eu me senti bem, feliz, senti como se seu pai tivesse me abraçando e sorrindo, parecia até um sonho, mas foi tudo real. 

Dei muitas risadas ao ter que correr atrás de você para trocar sua fralda cheia de coco e ao tentar te dar banho e ouvir você dizer: "Tô limpinho tia Bile..." uma grande semelhança: seu pai quando pequeno, me chamava de BIBI, eu adorava... Eu adoro... Eu vou adorar a vida toda.

Quando você tiver mais idade, vai ler esse texto e compreender que seu pai foi um homem batalhador, AMIGO, uma figura linda, um PAI QUE TE AMOU e que nunca vai deixar de te amar tenha certeza disso. Ele soube escolher bem a sua mãe, uma mulher que eu admiro muito. 

Ah... Parece que seu pai ensinou a você a abusar Lilica (nossa cachorrinha)... Ele chegava aqui e detonava a cachorrinha de tanto xingamento, ai você chega e diz de cara: "cachorra feia"! Muito igual, ainda bem que você não pronuncia os palavrões que ele usava. (mil risos).

Tem momentos que a gente não sabe expressar o nosso sentimento direito, mas espero que você entenda essa carta daqui ha algum tempo. Eu amo muito você e vou estar ao seu lado SEMPRE. VIVA SEU PAI, ENZO. VIVA DANIEL! 

Iana Jamile.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Onde ele estiver, tem Carnaval

Enzo, meu sobrinho, é impossível esquecer do riso solto, do escândalo, do escrache, do deboche e da presença de Dida em qualquer momento que vivo.

É impossível esquecer suas ponderações sérias, seu ar muitas vezes mais adulto do que o meu, seu abraço forte de urso e o melhor amigo que tive - e tenho - onde quer que ele esteja.

Seu pai sempre amou Carnaval e se soltava bonito em todas as festas que ia. Onde quer que esteja, talvez agora apreciando todas as ilusões terrenas com um pouco de mais moderação, deve ainda curtir. Vejo-o levantando os braços, fazendo "Paz e Amor" com os dedos e indo na levada...

Ano passado, 21/02, eu, ele e sua tia Mile estávamos juntos, festejando o aniversário dela, que na verdade é no dia 22, mas como a nossa amada Pisiciana ia viajar, antecipamos o reggae. Hoje, 21/02 fui dar um abraço nela, porque ficaria complicado fazê-lo na Quarta de Cinzas - "minha alegria atravessou o mar e ancorou na passarela" quando senti a energia dele bem junto da gente, num momento ímpar em que celebrávamos o Amor, a Vida e a Amizade.

Meu irmão para mim sempre será uma Lenda Viva e Real... Isso é bem coisa de quem ama. É bem coisa de quem é apaixonado. É bem coisa de um cabra que vive de amor por outro. 

O Império Momesco se finda e a Festa da Vida continua. Daniel, o eterno folião, permanece vivo e onde ele estiver, tem Carnaval.