sexta-feira, 8 de julho de 2011

A História de Edu - Versão revista e ampliada da História de Guido



Enzo, meu irmão, a insanidade continua. Seu tio Edu disse que faltavam alguns detalhes na História que Guido contou a Mile e me enviou uma remasterização da mesma. Saca só...

Um dia, há algum tempo atrás, estávamos: Eu, Daniel, Léo e Guido “comendo água”  no Maria Fumaça numa noite de natal, depois de sairmos de nossas casas e suas respectivas reuniões natalinas. Estava tendo Nedson e Neander, dupla de Arrocha da época, e lá pelas tantas a cerveja acabou. E imagine de onde surge uma brilhante ideia para solucionar a falta do liquido precioso? Pois é, dele mesmo: Daniel.  

Ele falou:
 - Bora roubar a cerveja do freezer de Tio Del?
Isso porque eu, ainda “inocente”, tinha “largado” que o freezer estava cheio de “brêjas”. E como estávamos todos ainda querendo comemorar, topamos!

Chegamos de mansinho, abrimos o freezer e fizemos a limpa de algumas cervejas. A farra continuava, e tome cerveja. O primeiro lote de cervejas roubadas “ainda mais gostosas” havia acabado e lá voltamos para o segundo rapto.  Apenas eu ainda não bebia muito “cerveja” naquela época; já os outros, tomavam-na feito farinha de Nazaré. O freezer de Tio Del “Calelé” sofreu um baque.

Para encerrar o dia, ninguém mais nem menos que Dani, teve uma nova ideia: tomar banho de rio ou de mar para fechar a noite com “chave de ouro” e “pro dia nascer feliz”, como já dizia Cazuza. E mais uma vez, todos nós, seguidores do professor de farra e esbórnia Luiz Daniel, topamos e decidimos juntos, ir à Praia dos Garcês.

Dessa forma, a chave do carro de tio Zé e Daniel (na época, já o Palio branco novinho) foi entregue a mim, o único sóbrio, que na época tinha de 13 para 14 anos, eu acho.

Tudo pronto pra sair, todos travados, eu animado. Até que, antes de sair, a mente escrota de Daniel teve a penúltima grande ideia da farra. Pediu ele, um papel e uma caneta pra o caçula do grupo, e eu, fui atender o seu pedido pensando: “ Pra que desgraça esse cara quer um papel e uma caneta uma hora dessas, com a mente cheia de cachaça?”

Foi aí que depois de entregá-lo o material, assistí, junto à corja, a produção de um bilhete redigido por Daniel e destinado a tio Del, tia Nalde e o restante das visitas familiares:

(Dizia mais ou menos o seguinte...)

Tio Del, Tia Nalde, Família...

Deixamos esse bilhete para nos despedir de todos vocês
E aproveitar para pedir desculpas. Querendo assim que um dia nos perdoem.
Pois ontem, ficamos todos bêbados, caímos na asneira de entrar em jogatinas
Em uma casa de jogos, onde nós apostamos o carro de meu pai e essa casa!
E por infelicidade do destino, perdemos!

Tio Del, levamos Edu.
Mileide, levamos Léo, não vai ter mais noivado.

Um dia agente volta!

Um abraço.

Deixamos assim, o bilhete colado na geladeira, pegamos as cervejas, colocamos no carro e partimos. (Na volta encontramos a família no mínimo, assustada)

No meio do caminho, numa estrada de chão que demorava anos prá chegar nos Garcês, eu dirigia feliz da vida, mas, sob a atenção tonta e totalmente sem noção pelo álcool de Guido. Léo, que caindo pelas tabelas, recebia murros, tapas e gritos perversos de Daniel, digo, perversos! A cada vez que cochilava. E Daniel, que quando não batia, botava a cabeça pra fora da janela e gritava:

-Vá se fudeeerr, passarinhooo!!!
-Va se fuderrr, posteee!!!
-Vá se fuder todo mundo!!!
E até mesmo um pacato nativo com o seu burrinho que ia devagar pela estrada.

Quando chegamos, já era dia. A paisagem era divinamente linda, a maré era rasante. Guido pediu para invadir a praia com o carro pra que agente pudesse ouvir música tomando banho e comendo água. Acho que nós ouvíamos Exaltasamba com aquelas músicas em que Daniel se retorcia, fechava os olhinhos e mordia a língua no canto da boca pra cantar. Risos. E assim, eu obedeci.

Daí, Daniel que já estava trôpego em direção ao mar teve a última e mais escrota ideia, pelo menos pra mim. Ele obrigou todo mundo a ficar nu, pra tomar banho. Eu odiei a ideia porque sempre fui um jovem com cabeça de velho e principalmente porque tava com vergonha e MEDO de ficar “humilhado” com o tamanho do pinto. (É que eu era o caçulinha do grupo, sabe? Risos!!!) Mas, brabo do jeito que ele era, correu atrás de mim e me forçando a tirar, rasgou minha cueca novinha, especial pra noite de natal, Risos! Eles não me sacanearam.

Aí não teve mais jeito, entramos na água, que por sinal tava muito boa pra uma manhãnzinha, quando vimos de longe passar o mesmo nativo matuto do burrinho na pista, passar , olhar e fazer um sinal peculiar de reprovação social. Foi quando Daniel se levantou com aquela barriga grande e com o pinto murcho de frio e gritou:

Né viado não, meu senhor. É tudo primo!  ashaush

         
              As gargalhadas ecoaram naquele local onde o cheiro da água do mar se misturava ao da cerveja e o suor de primos que se amavam, que se amam e sempre se amarão.

Viva Daniel.

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