sexta-feira, 10 de junho de 2011

Fraternité

Enzo, meu filho, no dia 08 de junho de 2011, bateu um banzo danado. Tive uma saudade doída de seu pai que feriu meu peito feito uma lâmina fria. Fiquei gelado por dentro... Mas aí lembrei do sorriso dele, da presença quente e intensa e de que o cabra continua vivo... Aí escrevi esse poema...


Eu me arrependo de todos os abraços que não nos demos
De todos os beijos que não trocamos
De todas as palavras que não nos dissemos.


Eu me arrependo de todas as viagens que não fizemos
De todos os porres que não tomamos
De todas as brigas que não tivemos.


Eu me arrependo de todas as ausências que aceitamos
De todos os risos que não demos juntos
De todas as festas que não curtimos
De termos, covardemente, deixado alguns momentos pra depois...


Apesar das nossas diferenças,
Aprendemos a nos amar.
Apesar das nossas mágoas,
Aprendemos a nos perdoar.
Apesar das nossas distâncias,
Sempre estivemos uns com os outros.


Apesar de saber que poderíamos ter feito muito mais uns pelos outros,
Não fizemos,
Mas ainda há tempo de consertarmos nossa falta de tempo,
Ainda há tempo de aprendermos com a saudade
E esquecermos da crença de que existe um amanhã
E ficarmos mais perto de quem amamos.





Apesar de você ter partido,
SEMPRE SEREMOS TRÊS.


8 comentários:

  1. "É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã..."

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  2. Demais! Por isso digo que o amor é luz em nossas vidas...

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  3. A morte não acaba um amor como esse. Vcs estarão juntos para sempre.
    Love!

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  4. Conheço bem esta saudade que fere e gela tudo por dentro. Isso quando não sufoca e me deixa tonta. "O que separa é o desamor" e só.
    Bjos.

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  5. Porra Irmão, não segurei as lagrimas, elas soltavam dos meus olhos e faziam com que as palavras se misturassem, tive que enxugá-las e elas voltavam a cair, a cair e cair.
    Lembrei de um dos nossos melhores encontros, onde ficamos no Solar do Unhão,eu você e ele, como se estivessemos no quintal da nossa casa, vendo os macaquinhos comendo os restos deixados numa lixeira e como ele pertubava a gente dizendo "idiota, você é idiota" e risos e risos. Eu e você tomávamos água e Dida uma latinha de Skol. Ouvimos Jáu no carro dele. Almoçamos, conversamos e senti uma felicidade, um orgulho danando de a ser a irmã de Tony e Daniel.
    Um dia vamos nos reencontrar e rir muito e chorar também.
    Às vezes me pergunto, porque ele, o mais novo, teve que ir primeiro que a gente? Encontrei a resposta: ele era o melhor de nós, o céu estava triste e tinha gente lá em cima precisando mais dele do que a gente aqui. Ele sacaneou a gente e nos passou a perna, foi primeiro...
    Ele sempre foi um guerreiro, um batalhador, um filho apaixonado, um eterno menino-homem.
    Queria que o tempo voltasse também irmão. Ainda tinhamos tantas coisas para fazer juntos. Espero que todos que tenham a oportunidade de ler o blog e o livro, vejam às lições deixadas por ele e aproveitem cada momento em família.
    Não deixem para dizer ao seu irmão ou irmã o quanto eles são importantes, não deixem de se falar, se encontar, se beijar, se abraçar. Nunca sabemos o dia da nossa partida. Então você já disse ao seu irmão ou irmã o quanto o ama ou a ama? Ta esperando o que "idiota" faça isso logo!!!!!

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  6. Irmão, descobri hoje que crescemos, nos tornamos adultos, mas todas às vezes que nós três nos reencontrávamos, voltávamos a ser crianças.
    Seremos sempre três sim!!!!!!!!!! E isso, nem a passagem dele para outro mundo vai mudar.

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  7. Emocionou-me e me fez pensar que é preferível se arepender do que fizemos e nunca deixarmos de fazer algo pensando que amanhã será possível. Quero muito abraçar e beijar aqueles que amo e dizer o quanto eles são importantes para mim. E para começar, meu amigo e irmão, eu te digo: Te amo com toda a minha alma e te aceito da maneira que você é. Beijos no teu coração. Fátima Schindler

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